quarta-feira, 4 de maio de 2011

Senta e Sinta

Nas férias de Julho do ano passado fui pra Inglaterra e fiquei 20 dias em Londres, não planejei lugares aonde ir, nem fiz agendinha de turista, comprei um mapa da cidade em uma banca de jornal e todos os dias saia a pé com o mapa descobrindo lugares. Em um desses passeios cheios de acaso andei, andei, andei e "esbarrei" na National Gallery.

National Gallery.JPG

Eu já havia passado em frente e me prometido passar lá com calma pra ver todas as pinturas, mas neste dia descobri que o prédio tinha um anexo e por isso duas fachadas, a que eu já tinha visto era de um prédio antigo desses bem gostosinhos e atraentes, a que eu esbarrei era uma fachada bem moderna e seca mas muito bonita também.

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Entrei ora pois.

Lá dentro quase enfartei, a galeria tem um pé direito alto, pilares em mármore e pisos trabalhados, tudo isso muito bem agraciado com iluminação natural.

NG2.JPG

Imponente é a palavra.

Andei, andei, andei e nem olhei o catálogo ou li sobre o quais pintores espetaculares estavam ali. Comecei a me perguntar se eles teriam “alguma coisinha" do Van Gogh. Passei por pinturas espetaculares de pessoas espetaculares como: Jan Van Eyck, Cézanne, Renoir, Monet e Rembrandt, que conseguiram me provar o porque de estarem nos nossos livros de história da arte e foram tão marcantes em seus respectivos "movimentos artísticos". Alguns quadros eram além de lindos ENORMES, com um milhão de detalhes que eu nunca conseguiria ver nos livros, mesmo que estivesse usando óculos.Isso porque eu nem estou falando nas cores... ( cor não foi feita pra falar, ? E sim ser vista e sentida ). Foi exatamente quando eu esqueci meu questionamento que entrei em uma das salas e me senti uma mocinha tímida e apaixonada. Olhei pra esquerda mas virei o rosto rápido com o coração acelerado, resolvi começar a olhar a sala pelo lado direito, pra ter tempo de controlar meu coração que não quis colaborar e me fez ficar tremula, a situação piorou bastante em cada um dos meus passos, pois eu sabia que ele estava bem perto de mim, não percebi os quadros que passaram por mim, quando eu finalmente parei e pisquei, lá estava:

vincent_willem_van_gogh_128.jpg

Os girassóis, e eu em baixo com os olhos úmidos.


Confesso que esperava cores mais brilhantes no quadro, mas justamente por ter cores com carinha desbotada ( olha eu descrevendo o que falei que não era pra ser descrito ) me impressionei muito mais. Nunca pensei que cores tão claras teriam tanto impacto sobre mim. As pinceladas eram bem marcantes e expressivas, definitivamente o moço conseguia se fazer sentir através da pintura.É claro que os sentimentos dele provavelmente não eram nem de longe parecidos com os meus, ou talvez sim, nuca saberei. E é exatamente isso que torna a arte uma coisa tão atraente, a possibilidade de unir processos , momentos e pessoas completamente diferentes e ao mesmo tempo não tão completamente.

3 comentários:

  1. Depois de tempos esperando atualizações, esse post super valeu a espera!
    Van Gogh é Van Gogh, indescritível, sinestésico!
    Descrição arquitetônica da fachada do museu pra completar haha!
    Bjss!

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  2. Oi, Lele!

    Vim te convidar pro novo SORTEIO no meu blog. Bora lá participar!!

    Beijins,
    Andrea Guim

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  3. Bom, eu planejo conhecer a Machu Picchu, e a Abbey Road, quando eu ver aquelas mais ou menos quinze linhas brancas no chão da avenida que aqueles quatro caras que mudaram minha vida atravessaram, eu vou sentir algo mais ou menos assim...

    troy.v.p cereja paranoica
    Muito espirituoso o blog
    ^^

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